Itacaré: descubra qual é a sua praia no destino do sul da Bahia

 Vilarejo tem porções de areia e mar para todos os gostos, trilhas, inúmeras cachoeiras e passeios de barco

Pense em uma praia pequena, de águas calmas e transparentes, emoldurada por Mata Atlântica e ladeada nas pontas por costões. Pronto! Você está na Prainha, um típico cartão-postal baiano. Tão bonita que o “inha” não faz jus ao nome. Para chegar até lá, pegue uma trilha ao lado de um riachinho na praia da Ribeira. E, de quebra, ainda pode visitar a vizinha praia de São José.
Prainha
Em Itacaré, a natureza foi caprichosa. Fica até difícil escolher uma porção de areia e mar, tem para todos os gostos: você só precisa descobrir qual é a sua. Se quer uma praia urbana, com melhor infraestrutura, a da Concha, perto do centrinho, é a escolha certa. Pequena, com areias brancas e muitos coqueiros, suas correntezas são fortes, é preciso cuidado. Do lado direito, está a Ponta do Xaréu, o lugar mais recomendado para contemplar o pôr do sol.
Praia da Concha
  Caminho das Praias
 
A praia da Concha também é o ponto de partida para trilhar o Caminho das Praias – Resende, Tiririca, Costa e Ribeira, uma coladinha na outra. O acesso é por uma pequena trilha, saindo da rua principal. Resende é uma das praias mais tranquilas de Itacaré, com gramado e coqueirais, ideal para relaxar à beira-mar. Na maré baixa, formam-se piscinas naturais.

No final da orla, aproximadamente 40 minutos depois você está na Prainha, citada no início desta matéria. São duas alternativas para chegar até lá: uma, como já mencionei, é por uma trilha na praia da Ribeira; outra é por dentro do Condomínio São José. Essa segunda opção tem um custo extra: é preciso desembolsar uma taxa de R$ 250, dos quais R$ 200 são revertidos em consumação. As ondas fortes da Prainha a tornaram a preferida dos surfistas.
 
Quatro Praias
 
As praias rurais estão um pouco mais distantes, pela rodovia BA–001 no sentido Ilhéus. É a chamada Trilha das Quatro Praias: Engenhoca, Havaizinho, Camboinha e, por fim, Itacarezinho, a 15 km de distância da vila. Itacarezinho é um cenário muito encantador, porém o acesso de carro é particular, pagando uma taxa de R$ 300, sendo R$ 250 em consumo. Logo na entrada há um mirante para contemplar toda a beleza do local, algo de tirar o fôlego.
Itacarezinho
Itacarezinho tem 3,5 km, e, além da praia, o turista poderá se refrescar em uma cascata natural de água doce. A praia também recebe outros visitantes o ano todo, as tartarugas-marinhas, que ali se reproduzem, um espetáculo à parte. Geralmente, a desova começa em setembro e vai até março.
 
Trilhas e cachoeiras
 
As trilhas, por sinal, estão em toda parte e levam até praias e cachoeiras, todas em áreas particulares e com preços que variam entre R$ 5 e R$ 15 por pessoa. Algumas praias podem ser combinadas com um banho de cachoeira, como é o caso da Jeribucaçu, trinta minutos a pé, e se chega a Jeribucaçu, no encontro do rio com o mar, a cerca de 4 km da queda-d’água da Usina. A queda de Tijuípe está a caminho da Trilha das Quatro Praias. A mais famosa, do Cleandro, forma três quedas-d’água, mas é necessário contratar passeio de barco.
Cachoeira do Cleandro. Foto Mário Nogueira
Segundo Erasmo Carlos dos Santos Cruz, que há 28 anos conduz os turistas, os atrativos da região não se resumem a praias e cachoeiras. “Muita gente busca passeios de barco, aulas de surfe, canoagem e rafting no Rio das Contas”, destaca. A 28 km de Itacaré, o Rio das Contas fica no distrito de Taboquinhas. Nesta época do ano, também é possível avistar baleias jubarte. Os passeios podem ser contratados nas agências de receptivo.
 
Turismo e gastronomia
 
Uma boa dica é o passeio de barco oferecido pelo casal paulistano Leandro Wyatt e Camila Caruso, com saídas diárias da praia das Conchas. A proposta, iniciada um pouco antes da pandemia da Covid-19, é um passeio tranquilo pelo Rio das Contas (ou até pelo mar), que mescla turismo e gastronomia, com duração média de quatro horas. Na embarcação, um chef de cozinha e um barman oferecem as delícias da região.
 Como o turista está na Costa do Cacau, o cheiro de chocolate paira no ar. Um programa recomendado é a visita à fábrica Vila Rosa Cacau e Cultura, onde se pode conhecer todo o processo de produção artesanal do chocolate, desde a colheita da amêndoa até a barra de chocolate, passando por um casarão da época dos coronéis, plantações de cacau e trilhas na mata, claro, com degustação.
 
Sabores de Itacaré
 
Até o dia 28, as receitas oferecidas no 9º Sabores de Itacaré são um plus para turistas. O tema é “Saúde, bem-estar e vida”. Pode-se degustar, por exemplo, ceviche de caju com leite de tigre e chips de batata-doce; banana-da-terra recheada com geleia de cupuaçu, sorvete de açaí e farofa de paçoquinha; ou filé de dourado na pedra com farofa de banana, arroz com alho desidratado, feijão tropeiro e salada. Os preços variam de R$ 20 a R$ 220.
A abertura do evento aconteceu no dia 27 de julho, no Aldeia do Mar Hotel, onde foram apresentados os pratos e os chefs que participaram da cozinha show. Para o secretário municipal de Cultura e Turismo, José Alves, o tema escolhido tem a proposta de conectar o festival à realidade pós-pandemia, e, que todos buscam por saúde e qualidade de vida. Neste ano, 44 bares e restaurantes participam do evento.
 
Uma observação importante: os preços em Itacaré são em conta, se comparados com os de outras cidades turísticas do litoral baiano. Basta uma caminhada pela rua Pituba. A cidade tem hospedagem para todos os bolsos e gostos, do simples ao sofisticado resort Txai, na praia de Itacarezinho. Nossa dica é a Burundanga, uma pousada autoral, com apartamentos elegantes que se abrem para um jardim tropical.
 
Uma outra viagem
 
Na minha opinião, a Península de Maraú é uma outra viagem. O turista precisa de um pouco mais de tempo livre em Itacaré para desfrutar de Maraú. Para ver as belíssimas piscinas de Taipu de Fora, depende-se da maré baixa, que só surge nas luas nova e cheia. Ou para desbravar praias como a de Algodões ou a Lagoa Azul. Há, ainda, os passeios de barco na Baía de Camamu. O ideal é permanecer dois ou três dias de hospedado na vila de Barra Grande.

Por Paulo Campos
paulo.campos@otempo.com.br
O Tempo

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